Sangramento uterino anormal é o aumento de volume e/ou duração do fluxo menstrual.
É um sangramento uterino extra menstrual, em intervalos irregulares, não cíclicos.
Ocorre em 15 a 20% das mulheres sadias, e é um dos problemas ginecológicos mais comuns.
Causas
- Sangramento disfuncional ou hormonal: é a causa mais frequente, principalmente nos primeiros anos após a menarca (primeira menstruação) e antes da menopausa (última menstruação). É um diagnóstico de exclusão.
- Anatômicas ou orgânicas são mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva e complicações da gravidez. Ex. miomas, adenomiose.
- Câncer ginecológico é a causa mais comum na mulher pós-menopausa.
Investigação das Pacientes
- Se paciente com fatores de risco de câncer de endométrio (obesidade, nuliparidade, diabete, exposição estrogênica sem oposição progestogênica, anovulação crônica, uso de tamoxifeno ou terapia de reposição hormonal):
- Realizar biópsia aspirativa de endométrio.
- Se aumento de útero e ou suspeita de alteração anatômica:
- Realizar ultrassonografia transvaginal.
- Se paciente pós menopausa:
- Realizar ultrassonografia e ou biópsia aspirativa de endométrio;
- Realizar tratamento específico ou histeroscopia cirúrgica.
Tratamento medicamentoso agudo e de seguimento
- Anticoncepcionais combinados ou só de progesterona;
- Estrogênios conjugados;
- Anti-inflamatórios;
- Anti-fibrinolíticos;
- DIU Hormonal (Mirena).
Tratamento cirúrgico
- Histeroscopia Diagnóstica para Biópsia ;
- Histeroscopia Cirúrgica para Polipectomia (Ressecção de Pólipos Endometriais);
- Histeroscopia Cirúrgica para Ablação Endometrial;
- Histeroscopia Cirúrgica para Miomectomia;
- Histerectomia total (retirada do útero).
Fase aguda do sangramento vaginal
No caso de episódio agudo de sangramento de grande volume, o manejo é imediato e necessita de rápida intervenção médica com a finalidade de controlar o sangramento ativo e suas complicações.
- Cuidados intensivos na Instabilidade hemodinâmica (choque hemorrágico) e anemia grave.
- Transfusão sanguínea no choque hemorrágico grave.
Pode ser necessário embolização, obliteração do suprimento sanguíneo do útero pelo radiologista (se disponível no hospital) ou histerectomia (retirada do útero) se refratário ao tratamento da fase aguda.
Seguimento pós-tratamento
- Avaliação de risco de anemia grave e tratamento;
- Avaliação de risco de hemorragia uterina grave, com risco de transfusão de sangue;
- Risco de recidiva de sangramento uterino;
- Risco de tromboembolismo;
- Avaliação Anatomopatológica do endometrial e possíveis riscos de câncer de endométrio.