É uma formação cística originada no ovário.
É fundamental que todas as pacientes com cisto de ovário, sejam avaliadas para descartar o risco de malignidade e a necessidade ou não de intervenção cirúrgica, individualizando a conduta.
Para rastrear os fatores de risco para câncer de ovário:
- Idade superior a 40 anos;
- Mutação genética (BRCA1 e BRCA2);
- Nuliparidade (não teve filhos e gestações);
- Não uso de anovulatórios (anticoncepcionais);
- Infertilidade;
- História pessoal de câncer de mama e de familiar de câncer de ovário;
- Síndrome familiar de malignidade.
Sintomas
A maioria das vezes é assintomático, eventualmente dor em baixo ventre, associado a torção do pedículo do ovariano.
Pode ser diagnosticado pelo exame ginecológico de rotina ou por exames de imagem, quando indicados.
O Ultrassom transvaginal é o método de diagnóstico não invasivo mais utilizado, de primeira linha, para caracterizar a massa anexial (ovários, trompas, cistos peritoniais e ligamentos largos), fornecendo informações do tamanho e conteúdo dos tumores ovarianos.
A Ressonância Pélvica da pelve pode ser necessária para avaliar lesões que a ultrassonografia ficou em dúvida, ou diferenciar cistos de conteúdo hemorrágico ou sólido, e avaliando a pelve como um todo em caso de cistos de endometriomas, associados à endometriose profunda (bexiga, septo retovaginal e intestino).
Investigação Cirúrgica
É indicada a investigação cirúrgica de cistos ovarianos quando:
- Tumores císticos maiores de 8,0 cm, em mulheres em idade reprodutiva;
- Se tumor cístico menor de 8,0cm, mas que não tenha redução após observação 2 ciclos menstruais;
- Tumor cístico em pacientes pré-púberes (antes da primeira menstruação);
- Tumor cístico em pacientes pós-menopausa (última menstruação), necessita de avaliação de risco (baixo risco se lesões menores de 5,0cm, uniloculadas e CA -125 normal);
- Tumores sólidos e complexos: sempre investigar.
Sendo considerados cistos com baixo risco de malignidade por avaliação ultrassonográfica e de marcadores tumorais, alguns mais comuns descritos abaixo:
- Cistos funcionais (fisiológicos/do processo da ovulação);
- Cisto hemorrágico (por um folículo dominante ou com o corpo lúteo/pós ovulação);
- Teratoma maduro (cisto dermóide, padrão ultrassonográfico específico);
- Endometriomas (cistos de endometriose em ovário);
- Cistos de inclusão peritoneal (em mulheres com aderências pélvicas).
Os cistos ovarianos: quanto mais complexos, maior risco de malignidade.
Sempre deve haver uma avaliação de possibilidade cirúrgica quando:
- Grande volume (maior 8,0 cm);
- Ao ultrassom com septos;
- Áreas sólidas;
- Papilas internas e externas;
- Multilocularidade;
- Presença de ascite (líquido intra-abdominal ou na pelve);
- Ultrassom com doppler colorido e fluxo intenso;
- Marcadores tumorais alterados (CA 125, alfa Fetoproteína, B- HCG, LDH e CEA).
Acompanhamento Médico
Com exames de imagem:
- Quando baixo risco de malignidade;
- Há um risco de torção/romper e dor de grande intensidade abdominal (Abdômen Agudo - indicação de cirurgia de emergência);
- Cistos menores 8,0 cm, em idade reprodutiva que não regrediram em 2 ciclos menstruais: indicar cirurgia.
Cirurgia
Videolaparoscópica ou Laparotômica (com corte no abdômen):
- Ooforoplastia
Quando há baixo risco de malignidade, ultrassom com características benignas e marcadores tumorais com valores normais. - Ooforectomia
- Quando alto risco de malignidade e /ou marcadores tumorais alterados;
- Indicada quando há suspeita de torção de ovário, com falta de nutrição sanguínea e início de necrose do ovário;
- Indicada quando ocorrer crescimento do cisto ovariano, mesmo com aspectos de baixa malignidade;
- Indicada para tumores sólidos ou complexos, com alto risco de malignidade;
- Quando o mastologista e geneticista indicam ooforectomia em pacientes com câncer de mama.